terça-feira, 1 de julho de 2008

Cabelos...



As angolanas são apaixonadas por cabelos, as que têm melhores condições chegam a gastar mais de 1000 dólares para fazer um belo megahair e ficar com as madeixas soltas ao vento...

A principal fonte de cabelos é o Brasil, aqui se importa cabelos a peso de ouro. Confesso que a primeira vez que ouvi sobre o mercado negro de cabelos em Luanda achei engraçado e pensei que fosse brincadeira.

Mas o negócio é sério mesmo. Tão sério que outro dia passei por uma situação muito inusitada, rs. Estava eu de bobeira na recepção quando uma das meninas olha pra mim e diz:

Ela: ohhh menina, você não me dá seu cabelo?
Eu: O que?
Ela: seu cabelo, me dá?
Eu: Como assim, meu cabelo? Eu vou ficar careca?
Ela: Ahhh logo cresce!
Eu: Não posso ficar careca, né!!!
Ela: Corta curtinho!
Eu: Oh, vamos fazer o seguinte? Meu cabelo esta abaixo dos ombros, quando chegar no meio das costas eu corto na altura dos ombros e te dou. Tá bom?
Ela: Ah, não... Muito curto não vai dar nem para trançar!
Eu: (mostrando com as mãos o tanto de cabelo), mas tem muito cabelo, olha só... vai dar sim... Se você quiser eu te dou quando crescer.
Ela: Faz cara de decepcionada... Seu cabelo é tão grosso...
Eu: É grosso e tá caindo um monte desde que eu cheguei aqui.
Ela: Ah é a água. A água daqui estraga o cabelo.
Eu: Sorrisinho amarelo... é deve ser...

Sai de lá com peso na consciência, afinal de contas cabelo cresce, né?! Não me custa nada mudar o visual e fazer uma doação de cabelos. Talvez eu esteja sendo egoísta e me apegando demais a vaidades futeis.

Mas, mas, mas... EU ADORO MEUS CABELOS!!!

6 comentários:

Anônimo disse...

A proprósito dos cabelos vou te contar uma estória de dois traficantes de cabelos.Zua e Ladinho faziam parte de um gangue que traficava as tranças brasileiras, vulgarmente conhecidas por tissages, muito em moda, na cidade de Luanda. As raparigas eram o alvo preferido dos meliantes, evidentemente,que lhes arrancavam e cortavam todo o cabelo, ficando algumas delas feridas na cabeça quando opunham resistência. Tinham a protecção de duas cabeleireiras da Baixa da cidade, que lhes pagavam 50 dolares por cada embalagem de extensões, vendendo-as depois por cem dolares.Corre na cidade, "as mulatas e as brancas que se cuidem, podem virar karibalas (carecas)".Estes foram presos, mas há outros.

Menina de Angola disse...

Ai Fernando nem brinca!! hahah Sabe que no Brasil teve uma época que um doido cortava os cabelos das mulheres no metrô também...

Eles não têm mais o que inventar mesmo...

L.S. Alves disse...

Dar é melhor não dar, capaz da pessoa não dar valor e depois você ficar triste ao ver o seu sacrifício sendop desperdiçado. O melhor a fazer é vender. Pode até fazer um preço camarada, mas dar não é a melhor idéia.
Um abraço e boa sorte com a vida.

andreia vendramini disse...

afeeee amiga.....era so o que faltava vc careca pra fazer caridade....

o povo nao tem mais o que inventar ne...rsrsr

isso so acontece com vc...rsrs

F. disse...

Aí menina, concordo com a galera. Nada de dar o cabelo não. As madames pagam caro por ele nos salões. Bora faturar um kumbu.

Anônimo disse...

quem sabe por uns 1000 dólares vc não vende seu cabelo?? hehehe

bjs