terça-feira, 24 de agosto de 2010

Copiou na cara dura


Estava eu fazendo algumas pesquisas na internet quando cheguei nesse blog. Fiquei indignada com a cara de pau dos autores que copiaram minha foto sem a menor cerimônia, não deram os créditos e ainda por cima colocaram um aviso legal dizendo que todas as imagens, textos e etc são de propriedade deles.

Para quem tiver dúvida basta ver o post de Porto Amboim publicado em 2008.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um almoço no Chicala



Não sei se é o frio ou os quilinhos a mais que ganhei, mas ultimamente o tema comida e cozinha angolana têm me inspirado mais a escrever do que qualquer outra coisa.

Já falei que o angolano gosta muito de comer grelhados, aqui em qualquer esquina tem uma churrasqueirinha assando alguma coisa, principalmente peixe.

No Chicala você encontra dezenas de barraquinhas onde você pode sentar e comer um belo peixe assado no melhor estilo angolano com batata doce e banana.

Mas eu confesso que tem de ter uma certa doze de coragem e sublimar tudo que está em volta. O lugar fica a beira da praia o cheiro de peixe seco com lixo é muito forte.

Quando a gente chega logo vê uma montanha de lixo na praia. Sinceramente tive de me controlar para não dar uma de dondoca e pedir para ir embora.

Entre as barracas a coisa não é tão ruim, tem mesas e cadeiras e é razoavelmente limpo, já que se trata de chão de terra. Tem algumas moscas e é bem quente, pois as barracas estão ao ar livre.



Procuramos a barraca da Lú (81) que já haviam nos indicado como sendo excelente.

A Lú estava lá atarefada, mas nos atendeu prontamente, com muito sorriso e atenção, atendimento de primeira diga-se de passagem, muito melhor do que muito restaurante 5 estrelas da ilha. Aliás acho que o pessoal do Cais de 4 devia fazer um estágio com a Lú. Quem sabe eles aprendem alguma coisa.

A Lú mora bem em frente as barracas do Chicala, então sempre que precisa de alguma coisa da uma corrida até em casa pra pegar. É lá que ela guarda os peixes.



Logo ela aparece com uma bacia cheia pra gente escolher qual quer que ela asse. Os peixes estavam com boa aparência e segundo ela só o Calafate era fresco, o restante tinha sido congelado.

Pra mim que não entendo absolutamente nada de peixe, não fez muita diferença. Então logo perguntei qual o melhor deles e ela me indicou um Calafate, disse que era muito saboroso e que eu não ia me arrepender.

Segui o conselho dela e realmente não me arrependi.. Divino!!!

Depois que a gente escolhe o peixe ela vai temperá-lo com alho, sal, cebola, limão e caldo de peixe. Coloca na churrasqueira e ai é só esperar 20 minutinhos.



Enquanto o peixe vai pra grelha a Lú não mede esforços em nos atender bem, traz o vinho, amendoim, vinagrete e está sempre atenta para saber se precisamos de mais alguma coisa.

Ahhhhh se o pessoal do Cais de 4 fosse assim!!!

Quando o peixe chega está saborosíssimo. Confesso que não curti muito a banana com batata doce de acompanhamento, mas se tivesse um purezinho com legumes seria imbátivel.



Na Chicala você pode chegar a qualquer hora que as portas estão abertas, na verdade não tem portas, mas enfim dia, noite e madrugada tem peixe.

A Lú nos conta que lá vive cheio, principalmente a noite quando colocam a música. Ai vem gente de todo lado comer peixe no Chicala, vem cantor famoso, político e povão.



Uma verdadeira democracia gastronômica.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Um típico almoço angolano



É muito comum as pessoas me perguntarem o que se come em Angola, normalmente eu lembro do Fungi e dos pratos típicos portugueses, carnes em geral servidas com muita batata e azeite.

Mas a culinária angolana também é muito rica. Segue abaixo alguns exemplos dos pratos típicos em um almoço angolano:


Muamba de repolho: uma espécie de pasta feita de amendoim e repolho para se comer com a salada.


Muteta: carne seca com umas bolinhas feita de semente de abóbora (bom demais).


Feijão de palma: feijão branco feito com óleo de palma, ou azeide de dende.


Funji: é uma espécie de pure de mandioca, mas é bem mais pesado. Pela quantidade na bandeija dá para ver que o pessoal adora.


Muamba de galinha: é uma espécie de refogado de galinha rígia ou galinha caipira se preferir.


Banana e Mandioca: aqui se come muita banana e mandioca junto com a comida.

Além disso, se faz muito peixe assado, eu sou fã do Calafate.

Come-se muita carne de porco, e carnes estufadas, ou melhor, carnes ensopadas em geral.

Vocês notaram que não tem arroz? Pois é, não tem mesmo. Parece que só nós e os chineses não vivemos sem o santo arrozinho de todo dia.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Hereros



Dando continuidade as recomendações culturais do blog, que estavam um tanto quanto paradas, eu gostaria de recomendar a exposição de fotografias Hereros do Sérgio Guerra.

As fotos ficarão expostas no múseu de ciência natural, (ao lado do largo kinaxixi), até 26/08/10. Realmente vale a pena a visita.

As fotos são belíssimas e retratam o cotidiano de um povo que vive na fronteira entre a Namíbia e Angola. São pastores nômades com livre acesso entre os dois países.

Até hoje mantêm preservadas suas tradições, algumas para nós, ditos civilizados, podem parecer verdadeiros atos de tortura. Como por exemplo a tradição de fazer a circuncisão masculina sem nenhuma anestesia ou então arrancar os dois dentes de baixo das crianças a seco também.

Mas quem somos nós para dizer o que é certo ou errado? Certo mesmo é que na exposição vocês poderam conhecer um pouco mais desse universo que é tão desconhecido dos próprios angolanos quem dirá dos expatriados que vivem em suas confortáveis bolhas.

A melhor parte da exposição infelizmente só quem esteve na abertura viu. O Sergio Guerra, trouxe para a abertura alguns integrantes desses povos, entre eles um soba que não se fez de rogado e de cima de seus oitenta e tantos anos, bateu o cajado e cobrou das autoridades, da população e dos meios de comunicação que ajudem a manter a tradição.

Disse que seu povo passa fome, não tem hospital, não tem escolas e estão esquecidos. Clamou para que o governo olhe por eles, afinal eles são a última herança de uma tradição a muito esquecida pelas grandes cidades.

Ele falou na lingua dele, que agora já não me lembro qual é e foi traduzido por outro integrante mais jovem da tribo.

Ao final do discurso, deu gosto ver todos os presentes aplaudirem, agora resta saber o que o governo vai fazer de concreto para ajudar a manter a cultura e a tradição desse povo e ao mesmo tempo amenizar as dificuldades.