sábado, 28 de março de 2009

Dicas para Brasileiros em Angola – 2° Parte


2- Após aceitar o emprego

Com certeza a empresa que te contratar vai te orientar sobre toda a documentação necessária para a tirada do visto ordinário.

Carta convite da empresa
Passaporte com mais de 2 anos de validade
Atestado de saúde incluindo doenças infectocontagiosas
Cartão amarelo de vacina contra a febre amarela
Cópia do RG, CPF, Diploma, 3 Fotografias e etc.

Mas algumas empresas não falam sobre algumas questões burocráticas para facilitar a vida da gente e da nossa família quando estamos longe, são elas:

Fazer um contrato para recebimento de remessa do exterior automático no seu banco.

Pegar o código swift da sua agência para envio de remessa do exterior.

Fazer uma declaração de plenos poderes em nome de alguém de confiança.

Fazer a declaração de saída definitiva do país (você vai ter 30 dias após a sua saída para fazer isso. Essa declaração garante que os seus rendimentos no exterior não tenham de ser declarados na declaração de ajuste anual do IR. Ou seja, enquanto você morar fora você não tem de fazer declaração de imposto de renda).

Assistir uma palestra no ambulatório dos viajantes do Hospital das Clínicas. Lá os infectologistas vão te orientar sobre todas as doenças existentes no local onde pretende ir, quais os cuidados que deve tomar. Além de aplicar as vacinas gratuitamente. Eu tomei 8 vacinas além da de febre amarela.

Na hora de fazer a mala todo mundo vai te falar que Angola é quente. Isso é verdade, mas no Cacimbo (entre maio a setembro), faz frio também, principalmente a noite. Portanto, traga roupas de frio. Claro que não precisa trazer seus casacos de neve. Mas pense no outono paulistano. Umas malhinhas vão ser muito úteis.

As ruas de Luanda são horríveis, para as mulheres eu desaconselho os saltos finos, aposte em sandálias Anabela, além de ser mais fácil de se equilibrar vai manter seus pés longe das possas de lama. Uma bota de salto baixo também pode ser útil em dias de chuva. Eu estava louca para achar uma daquelas galochas coloridas que foram moda no inverno passado, mas quando fui ao Brasil em dezembro já não havia mais. Pois bem, se você tem uma, aproveite aqui vai ser muito mais útil do que apenas um acessório de moda.

Biquíni, biquíni, biquíni e mais biquíni. Aproveite e traga toda a sua coleção as praias são maravilhosas. Comprar roupa aqui é completamente inviável. Apesar de muita coisa que se vende aqui ser brasileira os preços são exorbitantes.

As pessoas costumam perguntar se tem um ou outro produto por aqui. Bom, aqui tem de tudo, mas é 10 vezes mais caro que no Brasil. Portanto, o que você puder trazer na bagagem traga. Principalmente produtos de higiene pessoal, repelentes, protetor solar e creminhos em geral. Ahhh e não perca a oportunidade de fazer comprinhas no free shop.

Existem supermercados razoáveis, mas são caros e alguns produtos não são encontrados. Eu sempre trago estoque de Nescau light, feijão carioquinha e queijo ralado. Esses produtos eu nunca vi em nenhum supermercado por aqui.

Quanto aos remédios, sim você encontrará todos aqui, mas adivinhe? São caros, portanto não deixe de trazer sua farmacinha.

Livros, revistas e DVDs são difíceis de encontrar e lógico são caros. O correio não funciona e comprar pela internet é impraticável. Portanto, traga um estoque na mala.
Aqui uma dica. Deixe para comprar na La Selva de dentro do portão de embarque assim não pesam na mala na hora do check in. Mas lógico isso só vale para 2 ou 3 e não para a sua biblioteca.

Aparelhos eletrônicos, como DVD player, microsystem e etc. são tributáveis ao entrar no país, mas você pode correr o risco e trazê-los na mala.

Quanto ao notebook e câmeras fotográficas sem problemas. Mas não se esqueça de declarar seu Notebook, na receita federal do RJ, se ele não for fabricado no Brasil. É só ir lá e preencher um papel, rápido, fácil e sem burocracias. Produtos fabricados no Brasil não precisam ser declarados.

Malas prontas?

Toda a burocrácia resolvida?

Welcome to Angola

sexta-feira, 27 de março de 2009

Ambriz




Ambriz, na província do Bengo, é uma cidade relativamente próxima a Luanda, cerca de 250km, mas a estrada é horrível. Levamos quase três horas para percorrer os últimos 100km entra a Barra do Dande e Ambriz.

Ao contrário das outras cidades essa fica na parte de cima da praia. E pela primeira vez cheguei em uma praia que estava limpa, completamente limpa. Talvez a falta de acesso justifique a limpeza do local ou quem sabe a dificuldade de chegar a cidade.

Não importa a praia é limpa e linda.



A cidade meio abandonada e muito tranqüila, não dá muito bem para explicar, mas é como se eles estivessem a parte do resto de Angola. A rua principal é toda cortada por um enorme jardim com bancos e aquele ar bucólico de interior. O destaque fica para as ruínas de uma antiga câmara que abriga a torre do relógio. A torre permanece em pé ao contrário de todas as outras paredes que já foram ao chão.



Há anos atrás dizem que a cidade era um importante posto pesqueiro, ainda existem muitos pescadores e peixes secando ao sol.

A cidade fica num local muito bonito, de um lado o mar e do outro umas espécies de lagoas com areias branquinhas.

Uma coisa que chamou a atenção é que lá ao contrário dos outros lugares ninguém vem pedir dinheiro ou comida, nem mesmo ficam olhando quem são os forasteiros que chegaram.

Para quem pretende conhecer o lugar apesar da estrada ruim, indo com calma e durante o dia chega-se fácil. Existe uma hospedaria na cidade em condições precárias, mas é o suficiente para um banho e uma noite de sono tranquilo.

O único restaurante da cidade oferece uma execelente comida caseira com preços justos. Mas atenção é necessário ir antes da hora do almoço/jantar e fazer o pedido com antecedência.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Dicas para Brasileiros em Angola – 1° Parte



Muitas pessoas me escrevem com milhões de dúvidas de como é viver em Angola. O que é extremamente natural. Antes de vir eu tive um milhão de dúvidas também.
Então aqui vão algumas dicas:

1- Antes de aceitar o emprego
O custo de vida aqui é altíssimo. Luanda é a cidade mais cara do mundo para expatriado viver. Portanto, certifique-se que no seu contrato cobre as despesas de casa, carro, celular, alimentação e saúde. Caso contrário nem saia de casa.

Depois de acertado esses detalhes pensem bem no valor do salário e em como ele vai ser pago. Já que as remessas para o exterior têm uma alta taxa de movimentação financeira. O ideal é acertar no contrato o recebimento do valor líquido com todos os impostos e taxas por conta da empresa.

Em tempo de dólar alto todo mundo fica super animado com os salários em dólares, mas lembre-se que nosso câmbio é flutuante, portando quando o dólar cai o seu salário cai também. Previna-se desses saltos com uma taxa de câmbio mínimo no seu contrato.

Certifique-se que vai morar próximo ao trabalho, pois o trânsito de Luanda é mil vezes pior do que em São Paulo. Se você for morar nos lindos condomínios do Talatona, mas trabalhar no centro, não vai gastar menos de 2 horas no trânsito.

A hora de realizar a mudança é outra dor de cabeça. Certifique-se que a empresa pagará o excesso de bagagem que é caríssimo e na Taag só permitem 23kg por pessoa.

Outro ponto importante para definir em contrato são as férias. Esse ponto varia muito de empresa para empresa e de cargo para cargo. Mas negocie o que for melhor para o seu estilo de vida. No mínimo uma passagem por ano é obrigatório.

13° Aqui é chamado de natal. A Legislação trabalhista de angola é diferente da brasileira. Mas o expatriado tem os mesmos direitos que os angolanos. Negocie o seu 13° também, para não correr o risco de ficar sem no final de ano.

Está tudo acertado, como ter certeza que a empresa é idônea? Tente contato com o consulado brasileiro, tarefa nem sempre fácil. Procure entrar em contato com pessoas que moram aqui e verificar se conhecem a empresa.

Outra dica entre na comunidade “brasileiros em angola” do Orkut. Lá tem muitas informações, dicas e brasileiros dispostos a ajudar.
Você acertou todas as questões financeiras, tirou todas as dúvidas e já está fazendo as malas? Bom, agora respire fundo e reflita nos pontos positivos e negativos e veja para que lado da balança o prato pende...

Positivo Negativo
Experiência Internacional Viver longe da família e amigos
Conhecer novas culturas Falta de opções de lazer
Praias e lugares incríveis 70% da população é miserável
Bom salário Alto custo de vida, corrupção
País em crescimento Muito lixo e buracos nas ruas
Mercado em expansão Trânsito caótico (SP é fichinha)
Crescimento profissional Ritmo lento de trabalho
Novos Amigos Preconceito

Se depois de pensar bem, a sua resposta for sim. Venha com a mente e o coração abertos.

Bem Vindo a Luanda!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Papa Bento XVI

Foto:Rafael Benaque


Papa Bento XVI chega amanhã a Angola, vai realizar uma série de encontros na capital Angolana e para a felicidade geral da nação, adivinhem? Vai ser feriado :)

No domingo o papa realizará uma missa, onde são esperados mais de 500 mil pessoas vindas de várias províncias de Angola e dá Africa. Essa missa será transmitida pela Globo Internacional.

Se o trânsito de Luanda já é caótico normalmente, imagine com a santidade por essas bandas. Várias ruas serão fechadas e todo o aparato de sergurança, (leia-se exército com armamento pesado), vai estar montando guarda nas principais vias da capital.

Dizem as más linguas que na última visita de um papa em 1992 a guerra explodiu logo após a sua saída. Mas a gente sabe que isso é maldade do povo, né...rs

O sol está brilhando e a praia me aguarda. Então, como diria o bom e velho capitão Nascimento: "Põe na conta do Papa".

quinta-feira, 5 de março de 2009

Desbravando Angola: Malanje



Esse ano eu decidi que quero conhecer muito mais de Angola. Não só as praias que são lindas, mas também as províncias distantes que guardam os verdadeiros segredos desse país.

Comecei as minhas viagens por Malanje a capital da província de Malanje. Logo ao chegar na cidade a impressão que temos é de completo abandono. Apesar da estrada que liga Ndalatando a Malanje ser novinha, muito bem sinalizada e sem nenhum buraco não existe acostamento. Não há dúvidas que o programa de reconstrução nacional chegou por ali com tudo o de bom e ruim que os contratos milionários têm.



A cidade é muito pequena, a maioria das ruas é de terra e vê-se obras em várias delas. A noite não encontrei nada para fazer, muito menos, bons restaurantes a única alternativa era comer no hotel mesmo.

Mas as belezas de Malanje estão escondidas longe da capital. A primeira parada o parque de Cangandala, onde afirmam haver as últimas palancas negras gigantes do mundo. A estrada não está em condições de uso. Portanto não chegamos ao parque e muito menos vimos palancas.



Da estrada entre Cacuso e Kalandula já dá para avistar as magníficas quedas de Kalandula. Um espetáculo e tanto. Na cidade tem apenas um bom hotel com uma vista magnífica para o por-do-sol.



E como o tempo era curto fomos embora, não sem antes passar pelas pedras de Pungo Andongo, misteriosas e imponentes.



Quem sabe da próxima vez consiga ir até Marimba onde está o túmulo da Rainha Ginga ou até Quela para comprar artesanato.

Aliás, que falta de investimento na cultura local. Não existe nenhuma loja onde se possa comprar artesanato, nem mesmo as famosas marimbas de Malanje.
Durante todo o trajeto encontramos pequenos povoados a beira da estrada. Muito verde e nenhum investimento em agricultura.

Em alguns lugares havia avisos alertando para o perigo de minas terrestres. Apesar de todo o trabalho que vem sendo feito para desminar as terras, ainda há muito que ser feito. Só quando a gente viaja pelo interior é que percebe o quanto a guerra afetou esse país. São centenas as casas abandonadas que hoje estão em ruínas. As marcas de balas espalhadas pelos prédios, as pontes que foram destruídas e principalmente as famílias que forame esquecidas pelo desenvolvimento da capital.



De todas as belezas naturais que encontramos, sem dúvida nenhuma foi a população a que mais chama a atenção. Um povo alegre e comunicativo que em todos os lugares onde passávamos nos acolhiam, conversavam e davam dicas de lugares para conhecer.