segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Valentine´s Day



Dia 14 de fevereiro é dia dos namorados em Angola, assim como na maior parte dos países ocidentais, menos no Brasil que todo mundo sabe é dia 12 de junho.

Apesar de na TV passar várias propagandas do dia dos namorados, as lojas fazerem decorações e promoções especiais para o dia dos namorados, não senti clima de dia dos namorados, talvez por eu ter crescido com o estigma do dia 12 de junho.

Existem várias versões para a comemoração do dia dos namorados a mais aceita é a que atribui a data de 14 de fevereiro a morte de um padre que casava os jovens escondido e por isso acabou morto.

Mas a que eu mais acredito é a versão de que a igreja criou a data em 419, mais ou menos, para tomar o lugar das festas pagãs da fertilidade que tinham início no dia 15 de fevereiro, tornando a partir de então essas festividades proibidas.

Então sábado não teve cara de dia dos namorados. Mas aproveitando a desculpa fomos no Elinga dançar,enquanto aquele lindo casarão ainda está de pé. E ele continua resistindo firme e forte. Toda semana tem alguém dizendo que aquela será a última semana de vida do Elinga...

Começo a desconfiar que isso não passe de estratégia de marketing para manter a casa cheia, mas não importa, o que importa é que a música continua ótima o público continua indescritivelmente diferente. E é uma delícia ficar ali dançando e observando...

Mas como era dia dos namorados, terminamos a noite numa autentica festa angolana de dia dos namorados. Muita música, muita comida, muita bebida e decoração repleta de laços e corações.

Entre kizombas e sembas o DJ colocava alguma música brasileira romântica, daquelas bem brega que faziam a pista de dança encher com casaizinhos apaixonados dançando juntinho...

Só tem uma coisa que me intriga, todo mundo sabe que é parte da cultura local (se é que pode-se chamar isso de cultura), mas enfim o fato é que o homem angolano costuma manter várias namorados além da própria esposa ou esposas. Então como será que eles fazem no dia dos namorados?

Imagina se todas as namoradas estiverem de TPM juntas em pleno dia dos namorados hahaha

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Rui Duarte



Na última terça estive no Instituto Camões por indicação do Fazemos Acontecer, lá está a exposição do Rui Duarte, lindíssima. Pessoalmente não conhecia o trabalho desse antropólogo brilhante e fiquei muito impressionada, tanto pela qualidade da exposição, quanto pelo belíssimo trabalho que ele realiza.

A exposição vai até 20 de março, eu recomendo!

Após a exposição dei uma passada no teatro Elinga, pois me disseram que ele já havia fechado. Bem ele ainda não fechou, mas pelo que tudo indica desse mês não passa. A demolição daquele casarão já está marcada. Mais um que vai abaixo, assim como o que ficava bem em frente e que abrigava uma árvore encravada em uma das suas paredes. Um fato muito curioso que não tinha como passar despercebido.

O engraçado é que a árvore e o pequeno pedaço da parede continuam lá, não sei por quanto tempo, mas quem não viu é bom correr...

A memória arquitetônica está acabando e ainda tem uns anônimos que entram aqui para me xingar e falar que eu devia ir embora por ficar “falando mal de Angola”...

Bem se falar mal de Angola é defender mesmo que idealisticamente o pouco que resta da sua beleza arquitetônica então com certeza eu deveria mesmo estar bem longe...

A propósito, algumas pessoas deixam recados grosseiros e exigindo que eu me desculpe por uma ou outra coisa que escrevi. Gostaria de deixar claro que aqui só deixo as experiências que vivo, portanto não tenho de me desculpar por ter experiências diferentes dos demais. Sugiro que quem não concorde que escreva o seu próprio blog em vez de ficar me agredindo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009



Eu já fui várias vezes ao cinema aqui em Luanda e as salas do Belas são realmente muito boas. A primeira vez que eu fui ao cinema me avisaram que era horrível porque normalmente, me desculpem os angolanos não é preconceito é fato), os angolanos fazem muito barulho no cinema.

Até hoje isso não tinha acontecido. Todas as vezes que eu fui ao cinema no Belas a sala estava vazia. Só havia eu e mais 2 u 3 gatos pingados. As vezes que fui ao cinema do Instituto Camões as salas estavam cheias, mas o público de lá é diferente do público do Belas.

Enfim, ontem fui assistir 7 vidas, simplesmente maravilhoso, emocionante, envolvente, comovente e tudo mais ente que seu vocabulário permitir. Apesar de toda a emoção do filme, (quem não viu o filme deve ver e parar de ler esse post agora), os angolanos presentes conseguiram achar graça na parte mais emocionante do filme, quando o Will Smith entra na banheira com a medusa. Eu lá me debulhando em lágrimas e o povo rindo...

Tudo bem, que sentimentos são pessoais e que cada um tem o direito de expressar os seus, mas isso não justifica os senhores que deixaram os celulares tocando durante o filme, sim foi mais de uma vez. O que mais me indigna é que além de deixar o telefone tocando em alto e em bom som o camarada atende e fica discutindo aos berros no meio do cinema.

Os camaradas da frente começam a conversar aos berros um em cada ponta da fileira. Outro levanta, e sem a menor preocupação com que está atrás fica desfilando pelas fileiras do cinema.

Ah ainda os que entram no filme com mais da metade exibida ai não entendem nada e passam o filme todo conversando.

Sinceramente, o que acontece por aqui?

Por que é tão difícil desligar o celular ou pelos menos colocar no vibracall?

Por que é tão difícil colocar a bunda na cadeira e lá ficar até o final da fita, são só 2 horinhas?

E principalmente qual a dificuldade de ficar de boquinha fechada ou pelo menos falar baixinho enquanto os seus vizinhos do lado querem prestar atenção no ecrã?

Não quero generalizar e sei que nem todos os angolanos têm esse comportamento, mas todos os que se comportam mal nos cinemas são angolanos.

Então fica aqui meu apelo, sem preconceitos, por favor não me interpretem mal. Mas apenas umas dicas:

Ao entrar no cinema desligue o celular

Não entre na sala após o filme já ter começado

Não converse alto durante o filme

Permaneça no seu lugar até o final, ou se for inevitável ao levantar passe rapidamente para o corredor, assim você não atrapalhará a visão de quem está atrás.

E por último, se entregue a história, sinta a emoção que os atores estão transmitindo.

Lembre-se que a sua liberdade termina quando começa a do próximo.