sexta-feira, 24 de julho de 2009

1° Festival de Jazz de Luanda



Para aqueles, que como eu, sempre reclamam que em Luanda não existe vida cultural, o mês de julho está bem agitado.

Semana passada teve um mega show de house music no cine Tropical, com apresentação de vários Djs internacionais.

Essa semana, para quem gosta, tem show da Alcione e do Anselmo Ralph na casa 70 e no Karl Max.

E no próximo final de semana, para encerrar o mês em alto estilo, teremos o 1° Festival de Jazz de Luanda. Serão 3 dias dedicados ao jazz, com artistas brasileiros, angolanos, sulafricanos e americanos.

Abaixo segue a programação do festival e para ter mais informações é só acessar o site clicando aqui.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um giro de 180° pelas gruas de Luanda.



Todo mundo sabe que Angola passa por uma grande transformação, que o mercado imobiliário está a todo vapor, mesmo com a crise que assola o país as construções não param.

Abaixo seguem algumas fotos que ilustram bem as mudanças que estão ocorrendo na cidade...

Embaixada dos EUA e ao fundo uma obra dos chineses


Refinaria de Petróleo, a única de Angola até o momento


Porto de Angola, com filas intermináveis de návios. Já existe um projeto de ampliação com transferência para a região da Barra do Dande.


Torre Ambiente, misto de residencial e comercial na baixa de Luanda. Vista privilegiada da Baia.


Baia de Luanda, já está um curso de requalificação total, com passeios e equipamentos de esportes para os usuários.


Fortaleza de São Miguel, fechada para reforma há mais de 6 meses e sem data para reabrir.


Torre do Atlantico, entregue ano passado. Localizado de frente para a Baia. Na parte da frente escritórios e nos fundos residencias. Ao lado o prédio do BPC e ao fundo as gruas dos novos arranha céus de Luanda.


Prédio da Sonangol e Tour Elisée, ambos entregues em 2008.


Prédio histórico do BNA, um dos poucos preservados em Luanda. Ao fundo as obras para aterrar a baía, um verdadeiro atentado ao meio ambiente.


Sana Vip Hotel, primeiro hotel 5 estrelas de Angola, as obras estão aceleradas para que fique pronto para o Can. Alguém aposta nisso? Ao fundo o prédio da Assembléia e a direita o prédio colorido dos chineses. A noite várias luzes ficam acesas formando painíes coloridos, desenhos animados e etc.


Ao centro o Skina Vip Hotel, mais um que corre contra o tempo para atender o CAN. A esquerda um prédio residencial, provavelmente o Kaluanda.


Zimbo Tower e Kinaxixi Residence, ambos residenciais no coração do Kinaxixi.


Banco Espírito Santo, últimos retoques para a inauguração. A direita no canto de baixo pode-se ver as obras do Kinaxixi Complex que será erquido onde ficava o famoso mercado Kinaxixi e a estátua da Rainha Ginga, que aliás ninguém sabe onde foi parar.


O famoso prédio da Cuca e o Prédio da Lagoa abandonado desde 1975, foi invadido e tornou-se uma verdadeira favela vertical. Existem vários projetos para demolição do mesmo, que se tornou uma verdadeira bomba relógio.


Comandante Gika, um grande complexo com residenciais de alto luxo, torre de escritórios e shopping. A esquerda o Ed. São Paulo, tambem de alto padrão como tudo que é feito em Angola. A direita é possível ver as gruas do Solar do Alvalade e o Hotel Alvalade outro símbolo de Angola.


Hotel e Cassino Intercontinental, outro hotel de 5 estrelas para atender a forte demanda da cidade.


Cemitério Alto das Cruzes, localizado numa das regiões mais nobres da cidade, ao lado do Intercontinental e em enfrente a embaixada dos EUA.


Three Towers, outro complexo residencial e comercial com a melhor vista da cidade.


E como Angola não para de crescer, mais um prédio à nascer na Baixa de Luanda. Provavelmente mais um residencial da Total.


Alguém ainda tem dúvidas que Angola está a mudar?

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Cabo Verdeano

Desde que li no blog da Ju, sobre o Cabo Verdeano não canso de tentar ir até lá, mas por incrível que possa parecer já se vão mais de 6 meses sem sucesso.

A primeira vez que tentei ir era sábado e depois de rodar por toda a Chicala descobrimos onde fica, mas só abre as sextas. Na última sexta fomos nós novamente tentar encontrar o local e dessa vez tivemos sorte.

A escolha não podia ter sido melhor, música de primeira em ambiente muito simples e descontraído. O espaço é bem pequeno com muitas mesas de plástico amontoadas uma nas outras e cheio de gente disposta a aproveitar a noite de Luanda de forma saudável. A mistura de povos existente ali deixa claro a mudança social que Angola vive, são angolanos, cabo verdeanos, brasileiros, portugueses, franceses e outros europeus que o sotaque não me permite distinguir.

Do lado de fora vimos uma mesa vazia e sentamos, ai chegou o garçom e disse que a mesa estava ocupada. Quando íamos levantar o dono da mesa disse para ficarmos que ele estava sozinho e se sentava na mesa ao lado com duas moças que estavam sozinhas e insistiram para nós sentarmos também.

Tudo resolvido, mas nem tanto, chega um senhor e começa a brigar com o garçom porque ele estava lá esperando a mesa antes de nós. Toca nós levantarmos de novo, mas o casal insiste para que fiquemos e assim, voltamos para nosso lugar onde dividimos a mesa e a conversa com um casal de angolanos descendentes de Cabo Verde.

Quando o garçom demorava a nos atender todos os angolanos que estavam em volta reclamavam com o garçom que as nossas cervejas não tinham sido servidas ainda.

Entre uma cerveja e outra conversamos sobre as belezas de cabo verde, os filhos e netos do senhor que se dizia verdadeiramente apaixonado pela neta. A moça nos conta da dificuldade que tem em criar o filho sozinha. Falam da discriminação que existe no Brasil e mesmo em Angola.

A moça que é mulata nos conta que quando vai ao mercado tem de brigar para ter os preços justos por ter a pele mais clara que os outros e não aceita de forma alguma pagar mais caro por isso.

A noite corre agradavelmente com troca de experiências impossíveis de existir nas casas noturnas da Ilha. Os cantores se revezam nos microfones e no repertório entre músicas angolanas e cabo verdeanas até Alcione é tocada e cantada em coro por todos os participantes.

Mas o que faz com que todos se levantem para dançar são as músicas cabo verdeanas. Assim, entre uma música e outra vão lembrando as paisagens distantes e matando as saudades da terra que muitos nunca viram, mas povoam as lembranças de histórias contadas por seus antepassados...

Para finalizar a noite a nossa amiga deixa uma frase ecoando nas nossas cabeças.

“Eu tenho sangue negro, somos todos iguais, somos todos africanos.”