domingo, 26 de junho de 2011

Mais um ícone de Luanda vem abaixo


O patrimônio arquitetônico de Luanda não é respeitado, muito menos valorizado, e isso todo mundo sabe e não faltam pessoas que aprovem a demolição dos antigos casarões da baixa da cidade. Uns alegam que a cidade deve evoluir, outros que Luanda não deve guardar as marcas do colonialismo, enfim argumentos não faltam tanto para os que defendem quanto para os que são contra as demolições desenfreadas que assolam a cidade.


Mas sem dúvida nenhuma não vai ter uma só pessoa que conheceu Luanda que não vá sentir falta do Prédio da Cuca.


Primeiro foi o mercado do Kinaxixi que veio abaixo para a construção de um mega projeto de shopping, escritórios e residências e agora chegou a vez do famoso prédio azul com o letreiro amarelo da Cuca, ponto de referência em quase toda a cidade.


Logo que eu cheguei em Luanda e ainda não conhecia bem a cidade, sempre me guiava pelo prédio da Cuca para chegar ao trabalho, agora os novos visitantes vão ter de encontrar outra bússola para se orientar.

Com a estrutura abalada, depois que começaram os trabalhos de fundação do mega complexo em frente, não houve outra saída a não ser desalojar todos os moradores e proceder a sua demolição.


A demolição está sendo feita aos poucos, piso a piso, e confesso que é muito estranho passar em frente e ver tratores no teto em vez do letreiro luminoso, mas aqui é assim a memória da arquitetura vai se apagando com a mesma velocidade com que as novas edificações riscam o céu e alteram de forma irrevogável o horizonte.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Restaurante da Rua 11



Quem costuma trafegar pela estrada que liga o talatona ao Benfica já deve ter notado uma infinidade de placas com setas indicando o caminho para o restaurante da rua 11.

O restaurante na verdade fica na rua 23 e é um excelente local para quem quer apreciar os quitutes da culinária angolana num verdadeiro restaurante angolano.

Localizado numa rua de chão batido no Benfica, tem aquele ar de almoço de domingo no quintal de casa. A decoração é simples com muitos panos africanos e esculturas de madeira, tudo muito limpo e organizado.

Os pratos são servidos no sistema de buffet, (coma quanto puder) o preço é fixo Kz 4.500, não é nada barato nem mesmo para os padrões angolanos.



Mas a comida de excelente qualidade compensa o preço. Na longa mesa do buffet você vai encontrar o famoso funge de milho e mandioca, muamba de carne seca e de galinha, peixe grelhado, feijão de palma , e o meu prato preferido da culinária angolana: muteta com carne seca.

A muteta é um bolinho feito da semente da abóbora, ele é servido com molho de tomate e carne seca, o do Restaurante da Rua 11 estava impecável.



Para quem gosta de se aventurar pelos sabores exóticos ainda é possível experimentar uma enorme quantidade de verduras como a kizaca que lá é preparada de várias formas diferentes.

O prato que mais chamou a atençao foi o catato, uma espécie de minhoquinha crocante e com muita pimenta. Não, eu não experimentei, prefiro ficar no funje com muteta e feijão de palma mesmo.(para quem quiser saber como é a cara do catato de um pulinho no blog do Afonso Loureiro)



Se você ficou com vontade de experimentar um pouco da culinária angolana num verdadeiro restaurante angolano é só seguir pela estrada do golf até a feira de artesanato do benfica, vire a esquerda na rua do BFA e siga reto até a Rua 23.

OBS: As fotos que ilustram esse post foram retiradas do site: http://viajar.sapo.ao
um ótimo local para encontrar informações sobre Angola.