sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Minas para todos os lados...



Angola é um país muito, mas muito rico mesmo. O governo se vangloria ao alardear aos quatro cantos do mundo sobre suas minas de diamantes, seus poços de petróleo e as inúmeras riquezas minerais ainda inexploradas.

Mas a maior riqueza de Angola é a diversidade natural com uma fauna e flora espetacular. Pena que os angolanos e principalmente seus dirigentes ainda não tenham percebido o valor que a natureza desse país tem.

Natureza e riquezas minerais a parte, o que não falta em Angola são minas terrestres! Uma triste marca que o país não faz a menor questão de mostrar.

Em 40 anos de guerra foram espalhadas pelo país mais de 10.000.000 (dez milhões), de minas. O que faz de Angola o país com mais minas instaladas no mundo. Enquanto isso ele se mantém na posição de número 162 do ranking do PNUD de desenvolvimento humano.

Ninguém sabe precisar qual o número de vítimas feitas até hoje, mas estima-se entre 80 e 90 mil. Apesar dos esforços da comissão nacional de desminagem em encontrar e desativar essas minas, ainda existe um longo caminho a ser seguido.

Segundo dados fornecidos pelos Sr. João Baptista kussumua, coordenador da comissão, até hoje foram destruídas aproximadamente 2.500.000 de artefatos, sendo:

* 120.308 minas anti-pessoas
* 13.983 minas anti-tanque
* 2.000.000 de engenhos explosivos
* 2 mil toneladas de material letal

Talvez esses números expliquem porque ainda existem tantas terras improdutivas. Afinal de contas ninguém quer se arriscar a ser mais uma vítima da guerra tanto tempo depois dela ter acabado.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Porto Amboim



O trajeto Luanda – Sumbi é repleto de praias paradisíacas como cabo ledo, velha conhecida dos leitores do blog, Cabo de São Brás e depois de muito chão e terras e mais terras improdutivas aparece lá longe no horizonte Porto Amboim...



Que visão linda, águas calmas, areia branquinha, navios naufragados e uma pequena vila de pescadores. Perfeito, para quem como eu ama a natureza. O lugar é um verdadeiro oásis.



Mais uma vez me impressiono com o potencial turístico de Angola. Pessoalmente gosto de lugares selvagens, mas como Angola precisa e tem tudo para se desenvolver, o lugar é perfeito para a implantação de um daqueles resorts “all included” no melhor estilo “Club Med” da vida.

Sumbe: Paraíso ou inferno?



Um paraíso natural escondido entre as mazelas africanas, assim é o Sumbe, cidade litorânea da Província de Kwanza Sul. As águas azuis do mar aliadas ao calçadão bem cuidado por si só já seriam suficiente para fazer do Sumbi um “Guaruja” angolano. Mas além disso no sumbe ainda existem inúmeras atrações naturais inexploradas.



O potencial turístico da região é enorme, existem rios com corredeiras para os apaixonados por rafting, canyons, cachoeiras, fontes de águas quentes e muitos vales verdes para a prática de trekking ou simplesmente para sentar e ficar apreciando o por-do-sol.



Os ventos que sopram na praia também são fonte de inspiração para os amantes da vela, asa delta e kite surfing.



Qualquer operadora de ecoturismo ficaria encantada com o lugar. Mas o que acontece no Sumbi é o oposto. O lugar está abandonado, os morros cheios de casebres e as famílias amontoando-se nas estradas a espera que alguém pare para comprar bananas, milho, tomate, peixe e etc.



Eu não sei exatamente como aquelas famílias sobrevivem uma vez que não existem indústrias, plantações, comércio e muito menos turismo na região.



O mais chocante pra mim e ver a quantidade de terra improdutiva ao longo de todo o trajeto. São kilometros e kilometros de terras abandonadas. Provavelmente seus donos estão à espera que a especulação imobiliária avance para o interior e eles possam lucrar com a venda.



Enquanto esse dia não chega à grande massa da população permanece sem água, sem luz, sem educação, sem saúde e sem emprego. As estradas imensas cheias de crianças que perdem a infância na beira da estrada a espera que alguma alma benevolente pare para comprar seus produtos. Mas a verdade seja dita, apesar de todo o sofrimento, elas ainda mantém aquele enorme sorriso angolano!