Palmeirinhas

Apesar de já ter ouvido falar muito da praia das Palmeirinhas e dela ser muito próxima do Talatona, cerca de 30 minutos, nunca tinha ido. Todo mundo sempre disse que essa era uma praia suja, então depois da jornada frustrada para a praia das Tartarugas fui para a Palmeirinhas esperando encontrar montanhas de lixo e uma praia horrorosa.

Mas só para variar um pouco, o que eu encontrei foi justamente o contrário, outra praia enorme e praticamente deserta, alguns poucos carros parados nas barraquinhas e nenhum lixo.

Essa praia realmente foi uma doce surpresa, saímos para caminhar e de longe avistamos umas ruínas que com certeza não podiam passar em branco, lógico que eu quis ir lá para ver de perto o que era aquilo.



De longe pareciam casas abandonadas com troncos de árvores, mas ao chegarmos mais perto descobrimos que era um antigo Farol, (eu adoro faróis, não sei porquê, mas deve ser lembranças das histórias românticas da nossa literatura, toda vez que aparece um farol na história pode apostar que vai haver alguém esperando seu grande amor voltar...), mas literatura a parte as ruínas do farol foram um belo presente para o fim de tarde.



Não havia ninguém para nos contar o que aconteceu e claro que minha imaginação fértil não pode ficar quieta e logo comecei a imaginar o que teria acontecido ali. Primeiro pensei na guerra óbvio, afinal aqui qualquer desgraça é culpa da guerra, mas não havia nenhuma marca de bala, depois pensei que provavelmente deve ter havido uma grande tempestade que destelhou as casas, retorceu a armação do Farol e o pós abaixo. Bom, mas se foi isso, por que ninguém reconstruiu?

Por causa da guerra...

Em Angola é assim mesmo, por mais que a gente tente mudar a história, todas as histórias acabam na guerra...