quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Kimalanga


A semana passada foi bem agitada por essas bandas. Aconteceram vários eventos culturais. Primeiro teve o festival de banda desenhada no Camões que mais uma vez foi engraçadíssimo.

O ministério da cultura organizou no Cefojor a feira do livro e da canção e ainda no final de semana a Feira Nacional de Artesanato no parque da independência, que reuniu artesãos de várias províncias.

Todos os eventos foram muito interessantes, mas o que mais me emocionou foi ver um livro exposto em uma discreta barraquinha do Cefojor.

Logo que bati os olhos na capa lembrei dele, não tinha como esquecer. Há muito tempo que queria escrever sobre esse grande homem, mas faltava oportunidade, ou palavras a altura.

Trata-se do escritor angolano Fernando Baião, leitura obrigatória para quem quer conhecer um pouco mais da sociedade angolana.

Logo que comecei a escrever o blog ele sempre passava por aqui para deixar um recado, dar uma dica ou até mesmo uma bronca, rs.

Como um pai ensinava o significado das palavras em kibundo, a origem dos termos recorrentes e com certa tristeza relembrava da beleza dessa terra antes da guerra.

Com o tempo as visitas foram acabando e soube por intermédio da casa de luanda que ele estava doente e Angola acabou por perder um grande pensador, crítico e sagaz.

Kimalanga é um daqueles livros que a gente não consegue deixar de ler enquanto não acaba. Faz uma crítica bem humorada da sociedade angolana, revela as belezas da terra e as maneirices do povo. Tudo isso de uma forma muito descomprometida, como se ele estivesse aqui ao lado contando um “causo”.

Deixo aqui a dica de leitura e a homenagem ao grande escritor.

7 comentários:

m.Jo. disse...

Homenagem merecida, e o livro é mesmo ótimo.

João Branco disse...

Gostava que me pudesse deixar divulgar o meu blog neste espaço.

Pode ser visto em: www.joaorbranco.blog.com

Obrigado!

Paiva e Keiko disse...

Como sempre, adoro os teus trabalhos. Estou de férias em casa, no Brasil, mas já retorno para nossa Luanda, antes é claro passo em Lisboa para ver a outra metade da família.

Parabéns!

Luis Carlos (Lucas) disse...

Olá, meu nome é Lucas e vivo em Luanda. Naufragei no teu site por acaso quando procurava fotos do Ambriz, terra dos meus antepassados paternos. Foi na bela vila do AMbriz que a minha bisávo, negra de etnia bakongo, e o meu bisavô, branco de etnia germânica, se apaixonaram e dessa relação teve origem a nossa família. Eu vou regularmente Ambriz, aliás este fim de semana alargado vou passá-lo lá... é o meu refúgio para carregar as baterias e aguentar mais um período nesta cidade louca de Luanda. Outro facto curioso; o Fernando Baião é, era, meu tio. Obrigado pelas palavras amigas.

Menina de Angola disse...

Obrigada Sergio, coma um pastel de belém por mim :)

Puxa Luis, como o mundo é pequeno nessa blogesfera, hem! Como estava Ambriz? Já arrumaram aquela estrada horrível?

Seu tio deixou muitas saudades pelos blogueiros brasileiroa, e imagino que mais ainda com quem conviveu de perto.

um abraço

José Sousa disse...

Olá Menina de Angola! Fiquei feliz por passares lá no meu blog e deixares um comentário. Quando falei da morte de Agostinho Neto, claro que ele tinha um cangro e foi com ele que se julga ter morrido, mas será que foi? Existem dúvidas como tudo aconteceu tão rápido! Sereá que ele não poderia ter vivido mais uns anos? A minha dúvida permanece!

Tudo de bom pra ti, e continua lendo tudo o que está no "Angola eu te amo".

Raulzito disse...

Sandra! Veja: http://www.mw.pro.br/mw/geog_fesa_luanda_2010.pdf

É um artigo do Prof. Maurício Waldman (grande cabeça pensante) que acabou de voltar daí. Espero que curta!

P.S. Um dia vou mochilar aí... rs

Beijos