quinta-feira, 8 de abril de 2010

Um fantasma para qualquer expatriado!



Quando uma pessoa qualquer decide enfrentar um desafio profissional longe de casa logo ela é tomada por uma certa euforia, depois vem o medo e por último a curiosidade.

Primeiro a gente imagina todas as milhões de oportunidades, nova cultura, desafio profissional, aprendizado, lugares novos e claro crescimento em todos os sentido.
Depois bate aquele medo clássico, e se eu não me adaptar, e se não gostarem de mim e se, e se, e se…

Quando a gente chega ao destino final, tudo é novidade, umas coisas são boas outras não e quando a gente vê, pronto já está completamente adaptado ou de malas prontas pra voltar pra casa.

Mas tem um medo que é comum a todo mundo e que aflora com muito mais força quando se está longe de casa. E se alguma coisa acontecer com a minha família e eu não estiver por perto?

A sensação de impotência é imensa, dúvidas, tristeza e até mesmo um pouco de sentimento de culpa.

Nos últimos meses infelizmente eu tenho passado por isso, minha mãe tem enfrentado sérios problemas de saúde que me levaram de volta pra casa e a deixar o blog assim meio que abandonado.

Não foram dias nada fáceis. Mas agora ela está melhor, continua no hospital, mas está se recuperando.

Depois que os médicos garantiram que ela estava fora de perigo e que iria para o quarto (já está há mais de 1 mês na UTI), eu resolvi voltar para Angola.

Acompanhar de longe a recuperação não é nada fácil. E semana a semana a alta para o quarto não chega. Cada semana uma novidade no quadro dela adia a alta da UTI e eu aqui de longe sem poder fazer nada. Se bem que verdade seja dita, quando estava perto também não podia fazer nada.

Para o expatriado nem tudo são flores, ao contrário do que pensam muitos angolanos, e conviver com a doença a distância é um preço bem alto a se pagar…

4 comentários:

Taia Assunção disse...

Olá menina, desejo melhoras a sua mãe. Nesses quatro anos que estamos fora meu pai tem se tratado de câncer, sei bem como é isso. E o seu comentário no último parágrafo é muito pertinente porque realmente "quase" todos imaginam que estamos por cima da carne seca. Nadando em dinheiro, etc e tal. Ver só os frutos colhidos sem ver os obstáculos que tivemos é fácil não é mesmo?! Beijocas!

Pulla disse...

Força

Estamos Juntos

M.P.

fernanda disse...

Achei seu blo por acaso. sou psicologa e trabalho a adaptaçao de expatriados no brasil. Espero que aproveites o maximo a sua experiencia.

fernanda Azevedo da silva
interculturas-consulting.blogspot.com
fernanda.azevedosàhotmail.com

Eduardo Gehrke disse...

Menina,

Você escreve tão bem.
Antes de conhecer Angola conheci seu blog.
Vivo em Luanda desde o início do corrente ano e já posso compreender grande parte do que dizes.
Por coincidência eu também estou com minha mãe recuperando-se de uma fratura do femur, aos 83 anos de idade.
E todos acreditam que eu estou a nadar em dinheiro.

Fico feliz por escreveres.
Obrigado.

Eduardo Gehrke
244 935769569